A Paris da América e o Bota Abaixo de Pereira Passos

O Rio de Janeiro já foi conhecido por muitos adjetivos como “Paris da América”, “Cidade Indomável”, “Cidade Maravilhosa” e tantos outros. “Paris da América” foi aquele que norteou as grandes transformações na cidade feitas no início do século XX. Foi a época do Bota Abaixo, de Pereira Passos.

A higiene foi usada como pretexto para as ações de urbanização na cidade do Rio de Janeiro. O governo não podia, simplesmente, desalojar a população para fazer as demolições que a grande reforma urbanística exigia. Pretexto ou não, a higiene na cidade não era um primor e as doenças deram muito trabalho a Oswaldo Cruz, médico sanitarista, responsável por vacinar a população contra a febre amarela. Em novembro de 1904 o Rio de Janeiro foi palco de uma das maiores revoltas urbanas já ocorridas em nosso país, a Revolta da Vacina.

Quem foi Pereira Passos

A Paris da América e o Bota Abaixo de Pereira Passos

Nosso prefeito, Francisco Pereira Passos, era um homem muito instruído, tendo vivido em Paris na época em que foram feitas grandes transformações na cidade francesa. Pereira Passos era inovador. Foi diretor da Central do Brasil, introduziu a luz elétrica em 1876, criou a primeira ferrovia com cremalheira no Brasil, sistema que permite  a subida de morros, como existe em Petrópolis e no Corcovado.

Em 1876, aos 35 anos, Pereira Passos fez um plano urbanístico para a cidade do Rio de Janeiro. Quando se tornou prefeito do Rio, entre 1902 e 1906, procurou urbanizar a cidade no estilo francês, que ele conhecia bem. Com o apoio do presidente Rodrigues Alves, transformou, ao custo de muito sacrifício da população carioca, o Rio Colonial em uma cidade quase francesa, que agradava aos olhares europeus. O Rio era uma grande vitrine. Nada muito diferente do que acontece atualmente até em pequenos municípios, onde os prefeitos cuidam das ruas principais e deixam a periferia entregue ao abandono.

Pereira Passos

Av. Central, principal avenida da Paris da América

A Av. Central, atual Av. Rio Branco, foi o ponto principal da reforma urbana. A obra de construção da avenida demoliu cerca de 600 prédios velhos do centro da cidade. A avenida tem 33 metros de largura e 1800 metros de comprimento. Foi inaugurada em 15 de novembro de 1905. O centro da cidade deixou de ser um espaço de moradia, passando a ser uma área de negócios e lazer.

A Av. Central era um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, motivo de orgulho para os cariocas.

Para terminar este artigo, que tal assistir a um vídeo de 1936, onde as belezas do Rio, que encantaram o mundo, tornaram-se mais conhecidas. Todos os adjetivos são poucos para enaltecer nossa cidade maravilhosa.

Cidade do Esplendor

(Legendado PT-BR. Versão remasterizada do curta-metragem “Rio de Janeiro, City of Splendor” da série de documentários “Traveltalk” (“The Voice of the Globe”) de James A. Fitzpatrick, lançada em 1936.)

2 Comments

  1. Belo trabalho de pesquisa de uma bela cidade que não teve a sorte de se conservar.

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